Um adolescente de 15 anos aguarda há quase 20 dias por uma cirurgia urgente após fraturar o braço em um acidente de trânsito ocorrido no dia 12 de abril. Internado desde então em Sapezal, ele permanece em ambiente médico sem especialização adequada para o procedimento necessário, enquanto a família busca, sem sucesso, uma solução junto ao poder público. 375n6o
A situação envolve o jovem A. O. P., que sofreu uma fratura grave no úmero, próxima ao cotovelo, após o carro em que estava ser atingido por uma caminhonete. Desde o acidente, o paciente está hospitalizado, sem previsão para a realização da cirurgia indicada por médicos. O pai, Ademilton de Souza Pinto, relata que já recorreu a todos os meios possíveis. "Já entrei com pedido na Justiça, já procurei a Secretaria de Saúde, já entreguei todos os laudos, mas até agora nada. Ele está lá, esperando", desabafa.
A angústia da família se intensificou nos últimos dias. Mesmo após a Justiça ter concedido uma liminar determinando a transferência para um leito de UTI e a realização do procedimento cirúrgico em até 24 horas, o adolescente permanece internado em Sapezal, onde não há estrutura adequada para esse tipo de cirurgia.
Segundo o pai, o sentimento é de impotência. "Disseram que estou apressado, mas quem está com um filho sofrendo há quase 20 dias sabe que não se trata de pressa, é desespero. Não é por política, é pela saúde dele", afirma Ademilton, que tem buscado apoio inclusive da imprensa para dar visibilidade ao caso.
O procedimento indicado, segundo laudos anexados ao processo, é de alta urgência e consta como emergência de prioridade 0 no sistema de regulação do SUS (SISREG), o que indicaria necessidade de atendimento imediato. No entanto, a transferência e a cirurgia ainda não ocorreram, mesmo após a decisão judicial favorável, assinada no último dia 24.
Em entrevista, o pai destacou o impacto emocional da situação: “É uma criança, e já está há dias em sofrimento. Cada dia que a pode agravar o caso. Se fosse com eles, será que também esperariam tudo isso?”
A decisão judicial, embora represente um avanço, ainda não foi efetivada. O juiz Luiz Guilherme Carvalho Guimarães determinou que o Estado de Mato Grosso realizasse a transferência e a cirurgia com urgência, sob pena de medidas coercitivas. A Secretaria de Saúde do Estado ainda não se manifestou oficialmente sobre o motivo da demora no cumprimento da ordem.
Enquanto isso, a família aguarda uma resposta concreta – e rápida – para um problema que já se arrasta por tempo demais.
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