O jornalista Cláudio Roberto Natal foi alvo de busca e apreensão na última segunda-feira (26), no âmbito das investigações que apuram o assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024. A ação foi realizada pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com autorização da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO). wo4n
Cláudio Natal foi citado por Renato Nery dias antes do assassinato, em uma representação protocolada na Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB-MT). No documento, assinado em 17 de junho de 2024, o advogado o descreveu como “blogueiro, grampeador de telefones e estelionatário”, relacionando-o a um suposto “escritório do crime” envolvido em disputas fundiárias.
“O blogueiro (estelionatário) Cláudio Natal sempre se encarregando de noticiar, nas suas maledicentes linhas, inúmeras inverdades sobre a conduta social do advogado Renato”, escreveu Nery no documento.
Além disso, Renato acusava o advogado Antônio João de Carvalho Júnior de se beneficiar de ações extrajudiciais e cita Cláudio Natal como parte de um grupo que lhe dava “auxílios criminosos”.
Mandado e prisão em flagrante 1h25x
Durante o cumprimento da ordem judicial, os policiais localizaram munições de calibres .12, .38 e .40, além de um carregador de pistola em posse de Cláudio Natal, que foi preso em flagrante por porte ilegal de munição. Após o pagamento de uma fiança no valor de R$ 7.590, ele foi liberado.
A Polícia Civil apura ainda o envolvimento do jornalista na alteração de documentos e assessoria informal a escritórios de advocacia. Em um dos episódios sob investigação, Cláudio teria feito contato com a empresária Julinere Goulart Bastos – apontada como mandante do crime –, supostamente para pedir dinheiro para custear advogados para policiais presos, levantando suspeitas de extorsão em troca de silêncio.
Caso Renato Nery: nove presos até agora 6134e
O assassinato de Renato Nery ocorreu no dia 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. O advogado, de 72 anos, foi baleado, socorrido e submetido a cirurgia, mas não resistiu.
As investigações da DHPP já resultaram em nove prisões, incluindo a do autor confesso dos disparos, o caseiro Alex Roberto de Queiroz, e do policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, que também itiu envolvimento direto no crime.
Os empresários Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos, de Primavera do Leste, também estão presos, acusados de mandar matar Renato Nery. Segundo as investigações, o casal teria prometido R$ 200 mil pelo crime, mas efetuado apenas R$ 150 mil em pagamentos.
Outros dois policiais militares, Jackson Pereira Barbosa e Ícaro Nathan Santos Ferreira, também foram presos como intermediários. Quatro militares adicionais foram indiciados por encenar um falso confronto para encobrir a arma usada no crime.
A Polícia Civil segue investigando se há outros mandantes e ramificações do crime, motivado por uma disputa por terras.
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