A promessa era de uma revolução na educação superior de Sapezal. O que se vê hoje, no entanto, é um canteiro de obras inacabado, mais de R$ 14 milhões gastos e nenhuma instituição pública de ensino confirmada para ocupar o espaço. A construção da unidade de ensino superior, iniciada ainda na gestão do ex-prefeito Valcir Casagrande (União) e continuada por seu sucessor Cláudio Scariote (Republicanos), se arrasta há quase dois anos e caminha a os lentos para se tornar mais um elefante branco no cenário urbano do município. 6d321r
Com um orçamento que ultraa R$ 14,7 milhões, chama atenção o uso de sistema modular — normalmente escolhido por sua agilidade e custo reduzido — que, neste caso, resultou em valores questionáveis e prazos estendidos. Para se ter uma ideia, somente os banheiros custaram R$ 98.900,00 cada. São seis no total, consumindo juntos R$ 593.400,00 dos cofres públicos. E agora, mesmo após a fase estrutural estar praticamente pronta, a prefeitura ainda terá que abrir nova licitação para concluir a obra, o que inclui jardinagem e instalações elétricas — mais de R$ 1 milhão em serviços.
A pergunta que a população insiste em fazer, e com razão, é: tudo isso para quê?
Até agora, nenhuma universidade pública manifestou interesse formal em operar no local. A tão anunciada faculdade, aguardada desde 2019, continua sendo apenas isso: uma promessa. Enquanto isso, discute-se a possibilidade de transferir para o prédio a Universidade Aberta do Brasil (UAB), o que, apesar de ser uma solução paliativa, está longe de justificar o investimento milionário feito até aqui.
A indignação não é apenas da população. Vereadores como Eliston Guarda (PL), André da ALT (PL), Professor Leandro (PL) e Ailton Primitivo (PP) tornaram pública sua insatisfação com o andamento da obra e com a falta de definição da atual gestão sobre o destino do prédio. Em vídeo divulgado nas redes sociais, os parlamentares criticaram duramente a inércia istrativa e a falta de transparência no processo.
Mais preocupante ainda é o fato de a obra, inicialmente prevista para ser concluída em 365 dias, já ter ultraado os 620 dias — quase o dobro do prazo. Segundo o vereador Eliston, outras construções de maior porte e complexidade foram concluídas mais rapidamente e com custo inferior. Fica difícil, diante de tantos dados e evidências, não enxergar neste caso um retrato claro da má gestão dos recursos públicos.
Comentários: q5l62