Da Redação 4o6k36
Após quatro anos praticamente sem oposição na Câmara Municipal de Vereadores, o prefeito de Sapezal, Valcir Casagrande (PL) precisa enfrentar na sua segunda gestão duas figuras que se colocam como opositores.
Entre 2016 e 2020, Casagrande pintou e bordou a frente da Prefeitura Municipal, já que praticamente todos os vereadores estavam submissos a ele, com exceção, no último ano de mandato, do vereador Manoel Nascimento, o Manezinho (Pros), que decidiu ser a oposição necessária dentro da Casa de Leis.
É claro que esta oposição se deu pela vontade de Mané querer ser candidato a prefeito pra concorrer contra Casagrande, perdendo posteriormente por uma margem expressiva de votos nas últimas eleições municipais.
Se no primeiro mandato a vida de Casagrande estava fácil pela falta de oposição, nesta segunda legislatura a história é diferente, principalmente pelo retorno de Franço Helber (PSC) a Câmara. De gênio forte e bastante coerente no que diz respeito a fazer oposição, Franço se elegeu pela primeira vez em 2008, quando fez oposição ao então prefeito Cesar Borges Maggi.
Entre os anos de 2008 e 2012, em sua primeira legislatura, Franço se destacou principalmente pelos seus posicionamentos contrários ao autoritarismo predisposto por Maggi. Em um dos seus momentos marcantes na tribuna da Câmara de Vereadores, Franço chegou a mostrar um cinto para o executivo.
Com nariz de palhaço e com um cinto em mãos, o vereador insinuou que o executivo deveria ser castigado como uma criança por conta de suas atitudes. É claro que nessa altura, quem havia assumido o cargo de prefeito era Jean Galli (pobre coitado, pagou o preço pela incongruência de Maggi, que soltou a "bomba" em suas mãos).
Em 2012, desta vez apoiando Ilma Grisoste, foi fundamental para que a ex-prefeita ganhasse a eleição com mais de 59 por cento dos votos, um massacre contra Jean Galli, que se viu em maus lençóis, principalmente pela alta rejeição herdada de Maggi, que com fama de autoritário não tinha o carisma principalmente entre os servidores públicos.
Apesar de ter ajudado Grisoste a se eleger, não demorou a ir para a oposição, em uma daquelas velhas viradas que só quem vive em meio a política entende e aprendeu a relevar. Franço, que definitivamente não nasceu para estar na situação, ou a fazer duras críticas contra Ilma Grisoste, e chegou a encabeçar um pedido de impeachment revertido aos 45 do segundo tempo por Ilma.
Em 2016, Franço resolveu se candidatar ao cargo de prefeito, naquela que foi a eleição com maior número de candidatos (Franço, Valcir Casagrande, Aldir Schneider e Ilma Grisoste). Na ocasião ficou em terceiro lugar, com quase 15 por cento dos votos.
Nos quatro anos seguintes, entre 2016 e 2020 se manteve apagado no debate político, inclusive tratando de um câncer que lhe impossibilitava de estar presente no debate. Curado da sua doença, em 2020, Franço voltou a se candidatar ao cargo de vereador, obtendo 484 votos e ficando com a segunda colocação entre os candidatos mais votados.
Desde que se elegeu para seu terceiro mandato, Franço vem fazendo oposição a Valcir Casagrande, que finalmente sentiu na pele o peso de uma oposição convicta. Nos últimos meses, Franço trouxe para junto de si, Joilson Assunção (PSL), que apesar de ter sido eleito ao lado de Casagrande, hoje é mais uma figura que faz oposição a Valcir (precisa aprender mais com o colega).
De modo geral, a oposição apresentada pela dupla vem a calhar, principalmente se levarmos em conta que em sua primeira gestão, Casagrande tinha uma Câmara que dizia "amém" a todas as suas ordens.
Resta saber se o atual prefeito irá saber lidar como uma oposição tão definida como a atual, levando em conta a ividade da Legislatura anterior (que lhe impossibilitou de aprender a conviver com opositores) , e a falta de experiência de Casagrande com opositores tão ferrenhos, não é de se surpreender se a resposta dada pelo mesmo seja suas tão desastradas grosserias que já lhe causaram dores de cabeça em um ado recente (furico da cutia assoviar, melhor morrer de Covid do que de fome, etc).
De modo geral, Casagrande terá de conter a boca ao apertar no botão verde do aplicativo de mensagens instantâneas, até porque sabemos, que nem todos os "amigos" são de confiança, se bem que nada me tira da cabeça que alguns dos "vazamentos" sejam propositais.
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